domingo, 29 de abril de 2012

Sobre backups, arquivos e lixo digital

Recentemente, joguei fora uma coleção de CDs e DVDs gravados, a qual só servia para ocupar espaço no meu porta-CDs e no armário. Permito algumas considerações:

  1. Não vale mais a pena gravar CDs com distribuições Linux, ao menos para uso pessoal. No máximo um CD de uma ou outra distro para uma emergência - no meu caso é o Ubuntu e talvez o Arch.

    Para instalação, um pen-drive supera perfeitamente qualquer mídia óptica: chega de instalações falhando no fim por um arranhãozinho microscópico na mídia, chega de esperar 5 minutos para o sistema inicializar. E instalação pela rede é melhor ainda, se tivermos uma conexão boa: economiza-se o tempo de atualizar o sistema.
  2. Acumulamos lixo digital, e como: arquivos que gravamos uma vez para nunca mais achar, esperando uma catástrofe que nos deixe isolados do mundo - talvez aí tenhamos condições de ler aquele torrent de 100 GB de e-books.
  3. Achamos fotos, músicas, vídeos de quando nossos gostos e interesses eram muito diferentes. E sentimos vergonha: achei algumas montagens que eu arrisquei a fazer no Photoshop há muitos anos atrás.
  4. Gravar em mídia de má qualidade, arquivar em formatos proprietários, etc... são efetivamente a mesma coisa que não gravar. Vários discos estão ilegíveis, dão erros. Muitos arquivos não podem ser abertos por eu não usar mais o software no qual gerei eles.
  5. Backups em mídia óptica já não são muito úteis: não são práticos se comparados com a simplicidade e a praticidade de um HD externo, com o qual as cópias de segurança podem ser automatizadas.
  6. Não faça backup do que você pode baixar de novo. Atualizações, instaladores etc... invariavelmente ficarão desatualizados (alguém quer um instalador do Firefox 3.0? O SP2 para o Windows XP?) e podem ser encontrados facilmente na internet de novo.  Fazia sentido na época da internet discada ou das conexões de 1Mbps, e faz se você precisa formatar máquinas com frequência, o que não é meu caso.
E algumas outras políticas que uso para gerenciamento de arquivos:
  1. Arquivo baixado é arquivo armazenado no lugar certo. Sem essa de um diretório genérico e "organizo depois": invariavelmente isso leva à procrastinação, ao "arrumo outra hora", etc...
  2. Lixo entra, lixo sai: arquivos de má-qualidade (músicas, vídeos, fotos etc...) já são descartados no ato. Realmente é relevante eu guardar uma foto toda tremida, ou um "bootleg" de baixíssima qualidade?
  3. Diretórios são de graça: não custa nada colocar todos os arquivos relacionados ao mesmo tema (todos os arquivos gerados por um projeto, ou todos os documentos referentes a uma disciplina ou a um trabalho) juntos, em um diretório com nome descritivo.
  4. Organizo artigos científicos utilizando o Mendeley Desktop, que já permite criar grupos de compartilhamento (chega de "envia pra mim"), renomear arquivos de acordo com o seu título etc....
  5. A nuvem (Dropbox e afins) é um ótimo complemento para pen-drives: não se perdem, não pegam vírus por serem inseridos em máquinas Windows de uso promíscuo, sincronizam entre infinitos computadores/smartphones automaticamente etc...
    1. Porém, a nuvem não substitui backups offline completamente, e nem é interessante para dados confidenciais, por motivos óbvios.
  6.  Arquivos desatualizados ou irrelevantes vão embora, assim como múltiplas cópias do mesmo arquivo: fica apenas a mais recente.
  7. Para qualquer forma de desenvolvimento, gerenciamento de versões é fundamental. Com o GitHub, o BitBucket e outros sendo gratuitos para projetos pequenos, não existem motivos para não empregá-los seu no próximo projeto.
Dessa forma, economizo tempo e espaço em disco (apesar da vontade de simplesmente jogar tudo e, quando o HD encher, ter desculpa para comprar um maior), além de evitar outros aborrecimentos: múltiplas versões desatualizadas e incoerentes do mesmo arquivo, arquivos de baixa qualidade etc...

(foto: morgueFile)